sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Canto Do Lobo


O Canto Do Lobo


Em solteira
Minha mãe era candongueira
Cantadeira
Cirandeira
Cigarra trigueira
Com ela aprendi meu canto
Nem alegre
Nem triste
Talvez comedido
Mas não hermético.


Agora se a vida dá rasteira
Jogo capoeira
Dou uma voadora
Passo por sobre a cerca
Bato forte colocado,
E dou sorte;
E não tenho medo
De cara feia
De vizinho inquilino
Ou inimigo.


Sou de paz e amor
Bicho, companheiro!
E como o impávido e justo
Guerreiro, Jornalista José Jonusan
Que fez do jornalismo profissão de fé

Encaro de frente o bom combate
E não preciso beber cachaça com pólvora
(como fizeram os militares do Massacre de Ipatinga)
Para dar valentia e braveza.


Mas na vala comum
Da vida em que me encontro
Sou um lobo solitário
De pescoço em riste
Uivando para uma lua sempre ausente
E nenhuma estrela vadia
Vagueia pelo céu do meu oriente
Apenas a Regina de Fátima
Minha Estrela do Norte
Brilha pálida, pálida... Na minha Via Láctea.


Copyright₢tom vital/22/09/2002


















quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Carta De Amor De Um Poeta Louco A Uma Jovem Enfermeira


Carta De Amor De Um Poeta Louco A Uma Jovem Enfermeira.


Eu não conheço o Xerife de Denver
Acaso alguém conhece o xerife de denver
Sim!Com certeza em alguma parte
Haverá alguém que conhece o Xerife de Denver
Será John Wayne ou será Hemingway o Xerife de Denver?
Ou será o célebre ator Charlton Heston?
Presidente da associação nacional do rifle, lá deles
O xerife de Denver?
Será por acaso uma mulher o Xerife de Denver
Será Patrícia highsmith ou será Olivia de Havilland
O xerife de Denver?
Ou será a escandalosa e sensual Madonna
O Xerife de denver?
Mas que importância pode haver para mim
Um poeta menor da América do Sul
Quem seja ou não o Xerife de denver?
Eu que não assaltei nenhuma diligência
Eu que não sou nenhum pistoleiro brilhante
O gatilho mais rápido do Oeste
Para dizer a verdade nem mesmo pistoleiro eu sou
E jamais empunhei uma arma
Então porque diabos deveria eu está preocupado
Em saber quem é ou não o Xerife de Denver:


Minha adorável discípula de Florence Nightingale
O que me importa mesmo é saber qual o arcanjo
Que guarda as chaves do seu coração
Esperar que ele adormeça e subtrair-lhe as chaves
Do seu coração
E voltar a reinar exclusivo e soberano no seu pensamento
E voltar a morrer e renascer dentro da noite dia
De sua orquídea negra aberta
Tenda fenda senda seda lenda
Minha boneca de piche
Minha nega fulô
Eu que não te esqueço.
Copyright ₢ Tom Vital/2001





Apresentação


Apresentação
Nesse país
De muitos Tons
Tom Zé tai
Fazendo música boa
Boa arte
Tom Jobim partiu,
Deixando mais que saudade.


Oh Yes!
Eu não sou Moisés
E nem José,
Carpinteiro, do Egito
Ou Saramago.


Sou o caos
Sou o cosmos
Sou caosmopolita
Mistura de várias raças
Branco e negro
Índio e português
Mouro e judeu.


Sou antes de tudo Atleticano
Brasileiro e belo-horizontino
Caieirense vespasianense
E galo de terreiro.

Oh Yes!

Eu não sou Moisés
E nem José
Sou irmão da Irma
E da Elita
Da Elcía
Do Jonas
E da Maria Helena.


Oh Yes!
Eu não sou Moisés
E nem José
Sou filho da Adrenalina
(mais conhecida como Dona Dica)
Com o Vitalino
E do lado paterno
Neto do "Quileu Carolino."
Bruxo e mandingueiro
Índio e feiticeiro
Que na velhice não largava mão
De um cajado, com um dente
De cobra, incrustado.


Oh Yes!
Eu não sou Moisés
E nem José
E fodas
Se a festa acabar
Antes da hora.


Sou o caos
Sou o cosmos
Sou caosmopolita
Só mais uma dica
Sou casado com a Regina
De Fátima Lima carvalho
Oh sim!
Sou o Alfa e o Omega
Eu sou Tom Vital que nunca para
Que chora e vai cantando:
E ao contrario de São Tomé
Tenho que tocar para crer.

Vim para ficar.
Vim para pregar
A paz e o amor
A liberdade e a igualdade
A fraternidade e a reciprocidade
E no fim de tudo
Quando à hora derradeira chegar
Espero que o meu legado
Tenha sido o da ternura.
©tom vital/27/07/1997

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dedicado A Você


Dedicado A você


Bate forte... Muito forte
Em meu peito uma saudade
Daqueles bons tempos
Em que você me sorria
E me dizia cheia de malícia
Sorrindo de uma orelha a outra
Depois da orgia, à luz do luar:
"Poeta um dia eu te amarei?
"Quem sabe".




Sem pestanejar eu lhe respondia:
Princesa eu não prometo te amar
Por toda a minha vida
Pois toda a minha vida
É pouco tempo para te amar
Prometo te amar por toda a eternidade
No céu ou no inferno.


Mas hoje a esquizofrenia dos sentidos
E o desejo latente de lhe dar um beijo
Faz de mim um bandoleiro de águas rasas
Defensor das causas mais impopulares
Com vontade de ir para o Iraque
Matar ingleses e ianques.
Tom Vital/2003



domingo, 24 de outubro de 2010


BH 100


Gôndolas singram o leito do Arrudas
Belo Horizonte é a minha Veneza
Não me digam que o Arrudas é impraticável
(A imaginação poética desconhece impossíveis)
Que a Lagoa da Pampulha é fétida
Vira-e-mexe seu espelho d'água está repleto de água-pé
E que as suas ilhas estão infestadas de onças
Capivaras e jacarés de papo-amarelo.


Belo Horizonte é a minha Florença
E a minha Roma
Belo Horizonte não tem praias
Mas Belo Horizonte é cercado por montanhas
E o dia que o mar se revoltar
E resolver invadir tudo
Belo Horizonte estará segura.
Salve... Salve... Os botecos!


Belo Horizonte é a minha casa
O meu berço, a minha pátria, a minha musa eterna
Belo Horizonte é uma adolescente de cem anos
Eu amo Belo Horizonte, seus bares, seu verde
Seu Galo, meu Galo, suas ruas, seus viadutos
Seus mendigos, seus prédios, suas favelas, seu cinza
Eu amo Belo Horizonte ingenuamente
Assim... Como se ama a primeira namorada


Belo Horizonte é a minha Londres
A minha Paris, a minha Moscou
A minha Madrid, a minha Sevilha
Só a minha Belo Horizonte
E a Nova York de Woody Allen
Possuem o dom cosmopolita
De serem todas as cidades do mundo.


Copyright ₢ Tom Vital/07/01/1996



Foto Da Internet



Poema De Natal


A meia noite
Um galo cantou distante
(Possivelmente o canto de um galo carijó)
Anunciando que ao longe
Num berço de palha qualquer
Ou num buraco qualquer
De alguma favela da zona sul
Nasceu um menino
O mais pobre
O mais simples
E ao mesmo tempo
O mais rico de todos.


Nas igrejas
Os sinos tocaram
Nas casas
Champanhas espocaram
Garrafas de uísque
Cerveja e cachaça
Foram abertas
Fartas ou não
As mesas estavam postas
E fogos de artifícios
Iluminaram a noite.


A meia noite
A estrela de Belém
Brilhou no céu
Mas ninguém a viu
Ninguém não
Apenas um poeta
Bêbado e solitário
Que caminhava pelas ruas desertas
Namorando estrelas
A estrela de Belém avistou.


O poeta
Deteve-se a olhá-la
A estrela de Belém
Veio caindo... Caindo
Caindo,


Imóvel o poeta
Que não era místico
E nem esotérico
Observava atentamente
Aquele fenômeno.
Mas a meio metro do chão
A estrela de Belém
Parou de cair
E pairou no ar.


Novamente um galo cantou distante
Anunciando o nascimento do Cristo
E da escuridão da noite
Com as luzes internas
E os faróis apagados
Para não dá bandeira
Uma negra limusine surgiu.


Assim como a estrela de Belém
A limusine também parou
Sob o viaduto:
São Francisco?Da Floresta?
Das Almas?Da lagoinha?
Que diferença faz?
Não importa.


Importa que as portas
Da limusine foram abertas
E do veículo
Três magos saltaram
Não traziam nem ouro
Nem incenso nem mirra
Mas saltaram usando capuzes
E de armas engatilhadas.
E ali mesmo sob a luz da estrela de Belém
E do olhar atônito do poeta
Que nada pode fazer para salva-lo
Fuzilaram o menino Jesus
Que fumava crack na calçada.


Copyright ₢ Tom Vital/20/12/1995

Canibalismo Amoroso


Canibalismo Amoroso


Umas mulheres eu comi
Não com dez talheres
Sou mal educado
Desconheço etiquetas
Outras me comeram:





Todo o meu dinheiro.


Copyright ₢ Tom Vital/2007