sábado, 25 de agosto de 2012

Liberdade

Livre como o gato

Que enterra o seu cocô na areia.

Livre como o cão

Que mija em cada poste de rua

Que encontra pela frente.

Livre como o lobo

Que uiva á noite

Para uma amante

Imaginaria que só ele

Apenas ele

É capaz de enxergar

Na face da lua cheia.

Livre como o poeta

Que sonha com

Mulheres nuvens

E ninfas de absinto.

Livre livre, livre.

Como Jack kerouac

E Neal Cassady

Em Ond The Road.

Livre, livre assim

Eu gostaria de viver

Bem longe do Fêici Búqui.

Mas os tempos são outros

E como todo artista

Que se preza

Tenho que utilizar

As ferramentas do meu tempo.

Mas ainda não dei

Nenhuma tuitada

Continuo é dando

Graças ao bom deus

Estocadas,gostosas

Estocadas.

Em bundas vagas

Vagas bundas

Ou não.

Copyright © Tom Vital/25/08/2012


 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Loira

Loira


 

Uma loira

Chama atenção

Da rua

Do bairro

Da corporação

Da inteira população.


 

Uma loira

Tira atenção

Do descuidado motorista

Que distraído beija o poste

Com sua potente Ferrari testarrossa.


 

Uma loira provoca

Choque de bondes

No tempo que havia bondes.


 

Marília que era morena

Foi imortalizada

Como loira

Pelo poeta inconfidente.


 

Confesso que uma loira

Faz bater forte

O meu coração

No tempo que havia loiras.


 

Copyright© Tom VItal01/07/1987

sábado, 11 de agosto de 2012

Ênio


 


 

Ênio


 

Não se desespere

Confrade

O mundo ainda

Não está no fim.

Não se desespere

Amigo

O mundo ainda

Não está assim

Tão ruim

Não.


 

Em tempos de internet

Irmão

Ainda há

Quem ousa:

Sorrir

Fazer versos

Mandar flores

Chupar balas de tamarindo

Ler sentado no vaso

Beijar na boca

Mijar no poste

Escrever à máquina

Cuspir no prato

Beber cachaça

Fazer sexo a luz do luar

Pisar na grama

Fumar maconha

E cagar no mato.

Copyright© Tom Vital/06/01/1996

sábado, 4 de agosto de 2012

Sorriso


Sorriso
Os românticos procuravam
A flor azul.
Os alquimistas procuravam
O elixir da longa vida.
Quanto a mim!
Tenho um pássaro azul
Dentro do peito.
Que me leva aonde quero.
Mas o que eu queria mesmo dizer
Minha pequena
É que houve um tempo
Que para mim
Bastava ver você de cócoras
Fazendo xixi
Com um pirulito de groselha
No canto da boca
Toda graciosa
Com o indicador em riste
Mandando-me em tom de troça
Ir tomar...
Ou pulando na minha cama
Feito milho de pipoca
Na panela quente
De fogo e manteiga
Para que eu me sentisse feliz.
Mais feliz que um Monarca
De um reino distante.
Que sabe amado
Pelos seus súditos.
Sim... Falar de Know-how
É normal...
Mas hoje o seu sorriso
É tão sem graça
Que melhor seria
Que não me sorrisse mais...
É verão em Nova York
Inverno em Belô
Meu edredom está esfarrapado
Meu coração em frangalhos
E o garrafão de pinga está minguando.
Mas eu não sinto mais a sua falta
Pulando em minha cama
Feito milho de pipoca
Na panela quente
De fogo e manteiga.
Porém me resta
Um pássaro azul
Dentro do peito.
Que me leva aonde quero.
E sei que esta frente fria
logo passa...

 

Copyright. Tom Vital/04/08/2012

 

imagem da internet