sábado, 24 de novembro de 2012

Na Estrada Para Estocolno


Na Estrada Para Estocolmo

 

Não distingo água e vinho
Vinho e sangue
Pão e sal, sal e pó
Sou quem sou...
Se não fosse
Não lhes diriam
Químico poeta
Preparo, eu mesmo
Meu próprio alucinógeno.
Há muito venho pavimentando
Minha via poética
Com guano de pombo
Recheado com sementes de cânhamo.
E peido alemão.
Sou antiaderente
Detesto pessoas adesivas
Caminho sempre só
E sem dinheiro.
Escrevendo meus poemas
Nas paredes do banheiro.
Meu coração de poeta
Varri para trás da porta.
Tenho o olhar aguado
Feito um cão vira-lata
Ou uma cadela no cio.
Aedo me fiz imortal
Mas carrego um inferno no peito.
O meu nome você sabe
Você viu
No velho mapa-múndi
È nome de homem e de nação
Na Itália existe um ditado:
" Os Toms  São todos bons".
Veja a grandeza do meu nome.
Meu avô era um velho índio
De antepassados incas
Criei a minha própria lenda
E já não sei o que é verdade
E o que é ficção.
Não sou poeta
Sou pó erva
Pó mate
Pó eira cósmica
Sem eira nem beira
Polichinelo,
Não pé de chinelo.
Toda estrada que pego
Todo atalho me leva a Estocolmo
Estocolmo me espera
De portas abertas
Como uma mulher
De pernas abertas
Deitada na cama
À espera do amante.
Estocolmo...Estocolmo
Estou chegando
Suado cansado descalço
De pé no chão.
Arrastando a língua
Implorando amor
E perdão de puta.
Chupando manga
Catada no lixo.
Recebendo chutes
Feito um cão sarnento.
Mas não recebendo ordens
De nenhum sargento.
Sou comandante
Do meu próprio regimento
De marionetes de papelão.
Bambo-balão
Senhor capitão                 
Vai cagar atrás do barracão                 imagem da internet
Quero arroz com feijão
Uma poção de fritas
Cebola,carne moida
E pinga com limão.
Depois um banho quente
Uma cama macia,
E uma loira de verdade
Pelada,cheirosa e peituda...
O que mais posso querer
Chegado a Estocolmo?

 

Copyright©tom vital/22/02/2009

 


 


 

domingo, 11 de novembro de 2012

Outra Lanterna Mágica


Outra Lanterna Mágica

 

Ao contrário de Cam
Eu nunca vi o pinto do meu pai.
Freud explica
Freud explica tudo
Pra quem tem urna
E quem tem pica.
Isso mesmo meu chapa!
Eu nunca vi o pinto do meu pai
E nem a perereca de mamãe
Mas já vi as pererecas de minhas irmãs...
Quando pequeninas.
Pererecas sem graça.
Pererecas de crianças.
Também já vi o pinto do meu irmão
Que é totalmente diferente do meu.

 

Sim sou obsceno
Docemente obsceno
Castidade não tem nada
Haver comigo.
Também sou de paz
E amor bicho!
Mas o que eu queria mesmo
Era ir morrer na Palestina
Lutando contra a opressão judaica
Do buldôzer Ariel Sharon.

 

Israel deixe a Palestina
Em paz!

E como disse o poeta...

Talvez seja realmente preciso
Fazer um poema sobre a Bahia.
E outro sobre a Palestina,digo Eu.
Bahia Salvador Pelô
Espumas Flutuantes
Boca do Inferno
Gabriela Cravo E Canela.
Operação Paz na Galiléia
Massacre...Massacre
De Sabra e Chalita
Quem sabe outra hora...

 

Já tive um "Amor de Swann"
Nunca velocípede bicicleta, nem paletó
Zélia Gatai, Gal Costa, Popò
Que vergonha hem!Gente
Apoiar o ACM...
Acorda Bahia!
Digam não ao Carlismo
Digam não ao meu xará
Toninho Malvadeza.

 

Arafat estou com teu povo
E não abro.
Ainda que Deus seja vindicativo
E rancoroso.

 


 

Copyright©/tom vital/20/05/2001