sábado, 27 de abril de 2013

A Fada Do Outono


A Fada Do Outono
Folhas secas pelo chão
Folhas de outono
Colorem meu caminho.
Sigo sozinho meu destino.
Desde menininho
Sou influenciado pelo outono
Meu coração de poeta
Meu coração de estudante
É quem mais sente a mudança.
Meu coração incoerente
Hoje frio amanhã quente!
No outono minha sede aumenta
Sede de poesia
Sede de aguardente
Sede de bundas...
E sede de você também
Sempre ausente,
Sempre presente, na invisibilidade
Das dimensões temporais...
Você que ainda não encontrei
E nem, sei quem é?
Apenas sei que é uma mulher
Uma bela mulher,
A Lolita de Nabokov
Travestida de fada do outono
E que um dia virá
Para me curar...
De todas as demais mulheres.
Mas não precisa ter pressa não
Ainda não é o tempo certo,
Para eu me transformar
Em um lobo romântico e monogâmico.
Meu coração de poeta
Meu coração de estudante
Meu coração incoerente
Hoje frio amanhã quente.

 

Copyright© tom vital/06/04/2013

 


 


 


 


sábado, 13 de abril de 2013

Os Gatos Do Sobrado Do Alicio



 
Os Gatos Do Sobrado Do Alicio
O Fêici Búqui aproxima os que estão distantes
E afasta os que estão pertos.
Além de tudo que possa
Advir de bem e de bom...
Como mídia de comunicação,
Mídia de diversão
Mídia de divulgação e de encontros.
O Fêici Búqui é a praia da solidão
Dos que sofrem por carências afetivas.
Estranhos na chegada
Estranhos na partida.
A ilha do Dr.Moreau...
Um verdadeiro teatro do absurdo
(para quem não sabe usá-lo adequadamente)
Incautos trepam e se estrepam
Numa orgia sexual virtual desenfreada.
Anônimos se masturbando mutuamente
Na velocidade da internet.
No silêncio mortal da noite.
E nem percebem que
A chuva que caia, lá fora
Cessou de cair, faz tempo.
O cheiro gostoso de terra molhada
Impregnou o ar.
A vozes dos botequins se calaram.
A água que caiu sumiu de vista
Correndo na sarjeta em direção aos bueiros.
O céu ficou limpo e a lua cheia surgiu.
Os gatos do sobrado do Alicio
Mais espertos que os homens
Trepam no telhado e se arranham
E se assanham
Sob a luz do luar.
Eles se amam e se arranham
E gritam escandalosamente
Como que a dizer para os humanos
Que o virtual é legal
Mas o real é que é bom.
Matrix já chegou minha cara.
O Grande Irmão, de Orwell,
Meu caro amigo...
Já colocou a mão no seu ombro
E construiu muros e cercas
Ao seu redor e você ainda
Nem se deu conta disso.
Os gatos sabem das coisas
Os gatos do sobrado do Alicio
Sabem das coisas, e parecem
Querer ensinar aos homens
De boa cepa...
Aos homens de boa vontade, que as,
Vulvas de verdade é o paraíso.
Sexo virtual é coisa de criança.
O Galo Carijó cantou pela terceira vez,
O dia já vem raiando
E você ai quatro... Nove horas
Conectado nessa porra de Fêici Búqui.
E os gatos do sobrado do Alicio
Mais uma vez voltaram a se unharem
A se arranharem e a miar escandalosamente
Sobre o telhado de zinco
Como a lhe dizer novamente:
Ame de verdade!
Beije de verdade!
Beijo de língua
Na boca da mulher,
Amada ou não, mas mulher real
Penetre de verdade!
Com seu falo ardente
A vulva da mulher,
Amada ou não, mas mulher de carne e osso,
Mulher palpável...
Os gatos do sobrado do Alicio
Realmente sabem das coisas.
Os gatos do sobrado do Alicio

Jamais trepam com gatas infláveis.
Os gatos do sobrado do Alicio
Jamais trepam, ou se estrepam 
Com gatas virtuais.

Copyright© Tom Vital/05/03/2013