sábado, 20 de outubro de 2012

Bagagem

Bagagem


 

Adélia!

Amélia da poesia.

Prado, onde uma vez

Eu me debrucei.

E aprendi:

Que podia fazer poesia

Sem perder tempo

Com rima inútil.

Copyright©tom vital/18/09/1988

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

MOMENTO UP GRADE


MOMENTO UP GRADE
"A fealdade não pode ser conspurcada"
Criança feia não pega quebranto
Eu filho da transgressão
Ironólogo por natureza.
Pintei a minha pica de verde e amarelo
Para desvirginar aquela vizinha
Que de tão feia
A pedido meu
Colocou a bandeira nacional
No rosto:
Disse a ela que era
Um fetiche.
E que também era a minha primeira vez
Mas na segunda, quarta
Nona décima oitava vezes
Em que nos encontramos
Não usei do mesmo artifício.
Sou um patriota convicto.
E até lhe beijei a boca
Beijo de língua...
Num ato de coragem e compaixão.
Era idos de 82.
Éramos ambos adolescentes
Ela era dois anos mais nova
Mas eu já tinha estrada
Já freqüentava a zona boemia
Da rua dos guaicurus
Ela foi a única xoxota
De chupeta chupetinha que eu
Encontrei até hoje.
Quando o meu passarinho
Entrava naquela periquita
Ele sofria uma mordedura daquelas.
Que até parecia estar sendo decepado.
Mas tenho que declinar lhe o nome:
Pois hoje fulana é casada e tem dois filhos.
A ultima vez que a vi, uns cinco anos atrás
Numa loja no centro de BH
Ela me disse: "Você foi muito legal comigo!"
"Mas era um tremendo de um sacana..."
Não respondi nada, apenas lhe sorri candidamente.

 

Só não pintei o meu rosto
E nem a minha pica
De verde e amarelo
No dia 29 de setembro de 1992
Para comemorar o impeachment do fantoche:Collor
Pois não acreditei naquela baboseira
De caras pintadas
Quem derrubou Collor foi o confisco
Da poupança.
A abertura de mercado
(vide produtos importados)
A grande imprensa
E a falta de um mensalão.
Eu o filho da transgressão

Vou agora pintar 
A minha pica
De verde e amarelo
Para comer gringas
Durante a copa do mundo.
Estarei esperando por elas
No quarteirão fechado da Praça Sete
Entre Tamoios e Rio de Janeiro.
Copyright© Tom Vital/30/09/2012

sábado, 6 de outubro de 2012

O Chamado


O Chamado
Manhattan, Nova Iorque, 8 de dezembro,
De 1980, onze horas da noite...
Cinco tiros: Pum!Bam!Pum!Bam!Pum!
E o sonho acabava de vez
Os estampidos ecoaram mundo afora.
Em Belo Horizonte não foi diferente:
Um jovem, um adolescente, melhor dizendo,
Na noite anterior tivera um sonho sinistro
Sonhara sem saber com duas figuras
Que só anos mais tarde ele viria, a saber,
Que se tratava de dois arcanos.
O louco e o Eremita.

 

E justamente quando tirava
Ouro e cera do ouvido
Ouviu o chamado:
Acorda,Tom!
Levante-se,Tom!
Vai Tom!
Vai Tom!
Ser Fazendeiro do ar.
Copyright©Tom Vital/05/10/2012