sábado, 23 de setembro de 2023

Morena Marcela

 Morena Marcela       ( Para Marcela Bernardo Bantorine)

Um dia ela me disse assim:

- Tom pode pular, sem medo,

Aqui o paraquedas abre!

Será que é verdade, ou lero lero!?

O papo dessa morena.

Todas as manhãs um galo canta,

Dentro do meu peito:

Amar bem cedinho é gostoso

É gostoso o amor de Marcela

Bem cedinho.

E à noite um lobo desesperado

Uiva dentro da minha cabeça:

Auuuuuuuuuuuuuuuuuu!

Cadê Marcela? Cadê Marcela?

Copyright© Tom Vital/23/09/2023

 

 



 


sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Kafka

 Kafka

Estou sozinho, sentado
no escuro do meu quarto,
bebendo minha caipirinha:
sem gelo, sem limão
e sem açúcar...
uma barata passa
sobre o meu pé direito.
Penso logo em Kafka!
Kafka veio fazer-me companhia.
Mas Kafka não bebe.
Kafka,fala da relação complicada com o pai.
Conta-me de um amor não correspondido,
Diz que apesar da saúde fraca
( Está com tuberculose), adora foder um rabo de saía.
E me cobra uma leitura mais atenta
De sua obra literária.
Kafka é o cara,rapaz.
É uma pena que ele não beba.
(Tom Vital 25/09/2013)
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Quando Se Podia Tocar O Arco Íris Com A Ponta Do Dedo Indicador

 Quando se podia tocar o arco íris com a ponta do dedo indicador.

Quando se podia mordiscar a maçã com inocência.
Quando se podia inocentemente ser,Charlie Allnut, (Humphrey Bogart)
Em, Uma Aventura Na África.
Quando a bordo da USS Enterprise o menino viajava
Pelo espaço sideral.
Quando penetrando no Túnel Do Tempo ia num segundo,
Para o passado ou para o futuro.
Quando lendo Mark Twain o menino num momento
Era Huckleberry Finn e no instante seguinte Tom Sawyer.
Quando o bodoque era sua arma branca
E as bolinhas de gude munição.
Quando o lobo ainda estava inerte.
Quando se despertava o pão adormecido
Com um pouco de banha na frigideira aquecida
No velho fogão a gás.
Quando a água era retirada da cisterna,
Num balde de alumínio com o auxílio de
Uma corda de sisal e do sarilho de madeira.
Quando o banheiro era uma privada
No fundo do quintal, chuveiro elétrico não existia
E se tomava banho em pé,
Molhando o corpo com um caneco.
Quando o único telefone disponível
Era o orelhão no boteco da esquina.
Quando Mariquinha Maricota
Com a Direita com a canhota
Eram as namoradas imaginárias.
Quando o único e melhor amigo era o Tilzinho
Um fofo cãozinho Vira lata .
Quando a grana era pouca
E a esperança farta.
Quando o carrinho de rolimã era mágico
E as pipas meio de transporte para o infinito.
Quando o tempo parecia eterno.
Quando cueca era coisa rara,
E o menino ia a pé para a aula à noite
E voltava sonolento e logo adormecia
Pois no dia seguinte tinha que acordar cedo
Para ir para o trabalho,
Onde ganhava meio salário mínimo como Office-boy
Dinheiro com o qual ajudava em casa
E pagava as mensalidades do colégio.
Quando o poeta ainda estava germinando.
Mas a poesia já o convocava
Uma vez que o menino estava lendo:
Eu,do Augusto Dos Anjos.
Quando Kerouac e a pegada beatnik
Ainda estava distante.
Quando se podia tocar o arco íris com a ponta do dedo indicador.
E todos os caminhos levavam ao paraíso.
(Copyright:₢ Tom Vital/12/10/2021) 


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Zen

 

Zen

Se é verdade que o poeta

Tem sete vidas!

Já vivi, aproveitei, desperdicei, quatro vidas.

E fazendo uma regra de três simples.

Chego á conclusão

Que chegarei ,fácil. fácil, e lépido aos noventa anos.

Quando então raparei a cabeça

Feito um monge budista.

E junto com a minha companheira

Irei pregar no deserto.

Á espera da morte ou de alguma revelação.

Copyright©Tom Vital/07/07/2023