domingo, 1 de março de 2020

Manhã De Sábado



Manhã De Sábado
Quando tinha quinze anos,
Amei uma espanhola
Natural de Belo Horizonte
E nunca mais fui o mesmo
Acho que virei poeta.

Manhã de sábado
Caminho tranquilamente na chuva.
Os pés no chão e a cabeça meio nas nuvens.
Chuva miúda, final de fevereiro.
Pelo caminho eu vejo pessoas invisíveis
Invisíveis são as pessoas que não conhecemos.
Vejo automóveis e cachorros vadios
Até mesmo um gato pingado.
Debaixo da marquise de uma loja
Correndo atrás de um rato...
O rato,arisco, escorre pelo ralo do esgoto
E o gato fica a ver navios.
Feito o poeta quando,
O seu amor foi se embora.

Meu caminho tem flores:
Amores-perfeitos, beijos, margaridas,
Rosas e um pé de romã florido.
Por um instante eu medito.
Meu caminho também tem saudades:
Por onde andará Maria Rita?
Minha grande amiga na adolescência
Por onde andará a bela jovem que chorou
No meu ombro?
Enquanto assistíamos: Laços De Ternura.
Por onde andará   Lourdes? a espanhola
Que me fez poeta.
Por onde andará meu primeiro amor?

Copyright© Tom Vital/29/02/2020