terça-feira, 9 de novembro de 2010

Memórias Do Subsolo


Memórias Do Subsolo


No meio do caminho tinha o vício
No meio do caminho sempre há todos os vícios
No meio do caminho tinha o vício
A loucura, a insensatez do jogo.


No meio do caminho tinha uma mesa de bacará?
Uma banca de carteado?
No meio do caminho tinha um jogo de cacheta?
Uma rodada de pif-paf?


No meio do caminho tinha uma partida de truco?
Uma mão de vinte-e-um?
No meio do caminho tinha um Pôquer de Sangue?
E o poeta underground tirou de cara um full-hand?
Em seguida tirou um straigth flush?
E logo depois na seqüência um Royal Straigth Flush?
E o poeta outsider ganhou uma fortuna e foi viajar?


Não, não é verdade, no meio do caminho não tinha nada disso
E o poeta não ganhou nenhuma fortuna, e nem foi viajar
Mas no meio do caminho tinha um chamariz para otários
Uma casa de jogos eletrônicos, um caça-níqueis.


E o poeta era idiota, era louco
O último imbecil do mundo
E foi aí que ele perdeu todo seu dinheiro
Perdeu toda a moral
Perdeu toda a dignidade
E conheceu e amou a angústia e o sofrimento
E naquela e em outras noites
Jamais amou a Fatinha.


No meio do caminho também sempre há
Todas as virtudes.
Ah!...Mas isso é outra história.


©Tom Vital/2001

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