Manhã De Sábado
Quando
tinha quinze anos,
Amei uma
espanhola
Natural
de Belo Horizonte
E nunca
mais fui o mesmo
Acho que
virei poeta.
Manhã de
sábado
Caminho tranquilamente
na chuva.
Os pés no
chão e a cabeça meio nas nuvens.
Chuva
miúda, final de fevereiro.
Pelo
caminho eu vejo pessoas invisíveis
Invisíveis
são as pessoas que não conhecemos.
Vejo
automóveis e cachorros vadios
Até mesmo
um gato pingado.
Debaixo da
marquise de uma loja
Correndo atrás
de um rato...
O rato,arisco, escorre pelo ralo do esgoto
E o gato
fica a ver navios.
Feito o poeta quando,
O seu amor foi se embora.
Feito o poeta quando,
O seu amor foi se embora.
Meu
caminho tem flores:
Amores-perfeitos,
beijos, margaridas,
Rosas e
um pé de romã florido.
Por um
instante eu medito.
Meu
caminho também tem saudades:
Por onde
andará Maria Rita?
Minha
grande amiga na adolescência
Por onde
andará a bela jovem que chorou
No meu
ombro?
Enquanto
assistíamos: Laços De Ternura.
Por onde
andará Lourdes? a espanhola
Que me
fez poeta.
Copyright©
Tom Vital/29/02/2020
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