Na Estrada para Estocolmo
Não distingo água e vinho
Vinho e água
Pão e sal, sal e pão
Sou quem sou...
Se não fosse
Não lhes diriam
Químico poeta
Preparo eu mesmo
Meu próprio alucinógeno.
Há muito venho pavimentando
Minha via poética
Com guano de pombo.
Sou antiaderente
Detesto pessoas adesivas
Caminho sempre só.
Meu coração de poeta
Varri para trás da porta.
Tenho olhar aguado
Feito um cão vira-lata
Ou cadela no cio.
Aedo me fiz imortal
Mas carrego um inferno no peito.
O meu nome você sabe
Você viu
No velho mapa-múndi
È nome de homem e de nação
Na Itália existe um ditado:
"... São todos bons".
Veja a grandeza do meu nome.
Meu avô era um velho índio
De antepassados incas
Criei a minha própria lenda
E já não sei o que é verdade
E o que é mentira.
Não sou poeta
Sou pó erva
Pó mate
Pó eira cósmica
Sem eira nem beira
Polichinelo
Não pé de chinelo.
Toda estrada que pego
Todo atalho me leva a Estocolmo
Estocolmo me espera
Estou chegando
Suado cansado descalço
De pé no chão
Arrastando a língua
Implorando amor
E perdão de puta
Chupando manga
Recebendo chutes
Feito um cão sarnento.
Mas não recebendo ordens
De um sargento
Sou capitão
Do meu próprio regimento
De marionetes de papelão.
Bambo-balão
Quero arroz com feijão
Depois um banho quente
Uma cama macia
E uma loira de verdade
O que mais posso querer
Chegado a Estocolmo?
©tom vital/22/02/2009
Foi divertido ler isso. Parece que o poeta estava só brincando com as palavras.
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