Barcos De Papel
Quando criança, indo rumo à escola,
Levava sempre na mãozinha
Um lápis e um fino caderno.
Mas quando ao lar eu regressava,
O lápis sempre voltava,
Mas do caderno o que restava
Era apenas capa
E uma ou duas folhas escritas.
Se durante a aula,
Quem passasse pela calçada
Se pro alto olhasse,
Da minha sala
Veria sair pela janela
Uma esquadrilha de aviõezinhos de papel.
Dois a dois saíam a voar.
O que caía no asfalto
Logo vinha um carro amassá-lo.
O que caía numa poça d'água
Logo se desfazia.
Se o dia era chuvoso,
O pátio enchia d'água
E o recreio se limitava à sala.
Mas eu sempre teimoso,
Um jeito arranjava
De meus barcos de papel soltar.
Soltava-os na água estagnada
E agitando-a, fazia-os mover.
Um vento que passava,
Vendo meu esforço,
Vinha logo me ajudar
Fazendo-os dar volta ao pátio.
Mas logo ouvia-se o toque da sineta.
Era o fim do recreio,
Tristemente à sala eu me recolhia.
No outro dia, quando eu retornava
A chuva os havia destruído
E feliz eu começava tudo de novo.
© Tom Vital/1984...Publicado (Imagem da Internet )
(In...Álbum De Infância -Supostas Memórias).
Rsrs as brincadeiras de criança eram as melhores, o mundo parecia um brinquedo.
ResponderExcluirGostei muito Tom.