"O verdadeiro artista
"Despreza as limitações materiais"
(Jerrard Tickell, O Bezerro de OURO)
Apagão
No fim da minha rua
Aqui no meu cantinho
No Caieiras, em Vespasiano
Onde eu fiz no ar o meu castelo
De papel, com os naipes do baralho...
E onde eu vivo com a Fatinha.
Numa encruzilhada
Perto da Macumba do Encantado
Eu encontrei:
Uma garrafa quase cheia
De Bênça Preto Velho
Uma galinha caipira
Preta e morta, defunta ainda quente
E uma Vela Mariana acesa.
A Caninha da Roça eu vou beber
São tantas as provações
Que o destino tem me reservado
Que até ando sedento
De uma boa aguardente
Das sensações fortes
"Que o álcool empresta ao ébrio
E o artista encontra no absinto."
A Vela Mariana eu vou levar
Para casa, pode fazer falta
Nesses tempos de ameaça
De apagão elétrico.
Poeta meu amigo, meu camarada
Com a galinha preta
Eu vou fazer uma substancial galinhada
Com um pouco de arroz e piqui
Será o meu jantar
O meu manjar
A minha ceia
Na santíssima noite de Natal.
E você poeta se quiser....
Está convidado
É só passar lá em casa á meia-noite
Do dia vinte e quatro de dezembro.
Não haverá sermões
Nem ladainha
E será bem melhor
Que um banquete
À moda Camões.
Copyright©Tom Vital 22/12/2001
sincretismo, isso é o que importa.
ResponderExcluir