Fúria
Meia-noite e meia
Baixa nele a entidade poética
Da sua pena
Das suas veias
Jorram o sangue
Da musa louca.
A musa é louca
(E come pedra)
A vida é pouca
E curta.
Mas o poeta tal qual o filósofo
Que proclamou a morte de Deus
Diz-se ateu... (Agnóstico).
Escarra nas teclas da máquina de escrever
Mas não encontra nenhuma resposta
Urina nas teclas da máquina de escrever
E não encontra a desejada resposta.
Soca a e depois defeca nas teclas da máquina de escrever.
Mas também não há resposta.
Desesperado feito um lobo solitário no deserto
Arranca com fúria o papel da máquina e chora
Suas lágrimas caem sobre o papel...
Formando a imagem de um corvo negro
De bico rubro.
Será um corvo Flamenguista?
(Mas o poeta é Galo Doido...)
Será o corvo de Poe?!
Ai está a resposta!
Ai está o verso!
Ai está o poema
Ai está o seu deus!
Sucumbindo à vontade do poeta.
Copyright©Tom Vital/01/06/1997
o corvo negro, cuspindo o próprio sangue nas cachaças, é mengo!!!!
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