sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Cotidiana Loucura

Cotidiana Loucura



(Esse é um poema lá do comecinho... Quando tudo parecia mágico.
Mas creio que a essência continua a mesma.)

Quando não suporto mais o peso                   
Das cobranças do mundo
Sobre o meu frágil ombro de adolescente.
Volto a mim à minha solidão solitude
E crio asas para me libertar..
É preciso que todos enlouqueçam
Para que o mundo se torne puro e belo
Porque somente a loucura
É a verdadeira libertação
Às vezes sinto vontade
De arrancar minhas roupas
Em plena Avenida Afonso Pena
Enrolá-las numa pedra
E atirá-las no Rio Arrudas.
Às vezes sinto vontade
De arrancar minhas roupas
E ficar nu
Como se Belo Horizonte não fosse
Uma cidade grande
Habitat de homens ditos civilizados
Às vezes sinto vontade
De arrancar minhas roupas
E ficar nu
Como se eu fosse um índio
Um selvagem qualquer.
Aqui uma selva virgem
E ninguém fosse reparar
Minha inusitada atitude
Às vezes diante de tanta
Vontade de liberdade
Tenho necessidade
De fugir do mundo.
Às vezes sinto ser
Minhas pretensões pura utopia
Então me fecho num quarto escuro
E fico ali até passar
Minha cotidiana loucura.
E quando minha loucura passa
Volto a mim a minha solidão solitude
E crio asas para me libertar...

Copyright₢ Tom Vital/01/04/1982

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