quarta-feira, 30 de março de 2011

Balkis,Makeda




Foto Da Internet.
Balkis, Makeda
                                                                                                            Pra Você...


Ah! Aquele lindo vestido azul...

Em que encanto de flores flutuantes

Encontrei você mulher nua!

Mulher negra, beleza escura.

Deusa negra.

Em tuas savanas me perdia.

Em tuas savanas te encontrava.

Em tuas savanas te perdia.

Em tuas savanas me reencontrava.

Em que encantos de flores flutuantes

Encontrei você fêmea negra!

Pronta para se entregar

Pronta para se doar

E mais que tudo

Pronta para receber.

Ah! Tuas savanas tuas ancas.

Ah! Tuas planícies teus montes.

Ah!Tua sede insaciável.

Ah! Tua fonte inesgotável.

Ah! Minha Gazela.

Quantas cavalgadas?

Quantos suspiros?

Quantos ais...?

Mas um dia a revelação

Deu-se simultaneamente

Descobristes que não podia me domar

Ninguém pode domar um coração poeta.

Passaste a me tratar por A...

Meu apelido

Quando até então

Por dengo e peraltice

Só me trataste por T...

Meu nome próprio.

Pois sabia que eu gostava

Mais do meu epíteto

Que do meu próprio nome.

Então percebi que não podia te prender.

Nem mesmo o todo poderoso Salomão

Com toda sua sabedoria e riqueza

Pôde reter a Rainha de Sabá para sempre

Em seu reinado.

Parti sem me despedir,Rei destronado

Deixando a porta semi-aberta

Para outro...

Ou para mim mesmo

Caso tivesse que voltar.

Mas nossos caminhos nunca mais,

Se entrelaçaram

Deusa negra, rainha da beleza escura.

Mulher nua,mulher negra,savana de carícias ardentes

Do meu Belo Horizonte.

Minha Vênus de Ébano

Balkis, Makeda.

© Tom Vital/1998

terça-feira, 29 de março de 2011

Sonho E Poesia


Sonho E Poesia


Redoma de Vidro

Cristal fantasia

Diamante lilás.



Te conheci em Jenin

Antes do massacre

De Sabra e Chalita.



Na mesma noite

Nos casamos em Pequim

Num templo budista

Sob o olhar de curiosos chineses...



Quando ficamos a sós

A temperatura de nossos corpos

Dava para transmutar grafite em diamante

E nas nuvens nos beijamos sofregamente...



Partiu-se o cristal

Desfez-se a redoma

Jorrou lilás

Diamante explodindo...



Amanheceu - Só eu

Sonho e poesia.



© Tom vital06/06/2002






 

domingo, 27 de março de 2011

Existencialismo Caipira











Existencialismo Caipira




Todos os dias

Eu passo de ônibus

Pela Linha Verde

Procuro e não vejo

No cinza

E no piche do asfalto:

O verde.



Só encontro olho-de-gato

Minhoca de asfalto...?

Eu nunca vi.



Poste... Poste

Poste é para-choque

Poste foi feito

Para ser batido.



Leia Sartre

E sarte a cerca.





© Tom Vital/22/03/2007

sexta-feira, 25 de março de 2011

Barcos De Papel


Barcos De Papel

 

Quando criança, indo rumo à escola,
Levava sempre na mãozinha
Um lápis e um fino caderno.

 

Mas quando ao lar eu regressava,
O lápis sempre voltava,
Mas do caderno o que restava
Era apenas capa
E uma ou duas folhas escritas.

 

Se durante a aula,
Quem passasse pela calçada
Se pro alto olhasse,
Da minha sala
Veria sair pela janela
Uma esquadrilha de aviõezinhos de papel.

 

Dois a dois saíam a voar.
O que caía no asfalto
Logo vinha um carro amassá-lo.
O que caía numa poça d'água
Logo se desfazia.

 

Se o dia era chuvoso,
O pátio enchia d'água
E o recreio se limitava à sala.

 

Mas eu sempre teimoso,
Um jeito arranjava
De meus barcos de papel soltar.

 

Soltava-os na água estagnada
E agitando-a, fazia-os mover.
Um vento que passava,
Vendo meu esforço,
Vinha logo me ajudar
Fazendo-os dar volta ao pátio.

 

Mas logo ouvia-se o toque da sineta.
Era o fim do recreio,
Tristemente à sala eu me recolhia.

 

No outro dia, quando eu retornava
A chuva os havia destruído
E feliz eu começava tudo de novo.

 

© Tom Vital/1984...Publicado                (Imagem da Internet )

(In...Álbum De Infância -Supostas Memórias).

quinta-feira, 24 de março de 2011

Romance Urbano

Romance Urbano

Para Karen Laissa.

A primeira garota a seguir o meu blog.


 


 

É mais fácil encontrar

Uma bala perdida

Que balas de tamarindo.

Procuro e não encontro

Balas de tamarindo

Para comprar.

Não procuro

E ela me encontra

Bala perdida!


 

Toda bala perdida

Encontra seu paradeiro

Toda bala perdida

Abala o ritmo do cotidiano

O seu e o meu.


 

Emborquei uma garrafa

De Legendário

E fui encontrar

Meu amor...


 

Antes de mim

Uma bala perdida

Chegou primeiro.


 

© Tom Vital/08/08/2007


 


 


 

terça-feira, 22 de março de 2011

ONU ÂNUS ÔNUS LIBIDO


ONU Ânus Ônus Libido


Kadáver ameaça mostra bravata

Barack Obrando ordena:

Delenda Líbia est.

Yes, We can!

O preto óleo é nosso é viva o Tio Sam!

Bankiomúmia sorri e obedece.



Abro a minha Brahma gelada

E assisto pela TV

Mais uma guerra via satélite.

Enquanto lá na cozinha

A minha Samantha prepara

Com mãos de fada a gororoba

Desse primeiro domingo de outono

Angu à baiana e salada de goiaba,

Com hortelã e molho de mel e amendoim.



Mais tarde ela me arrastará para o quarto

E me fará festa como uma menina a um menino

E será tão bom que veremos as luzes,

E ouviremos o silvo de mísseis tomahawh em curso

Passarem sobre as nossas cabeças

E irem explodir ao longe.

Afinal a guerra acontece e a vida continua.

© Tom Vital/03/2011









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sexta-feira, 18 de março de 2011

Desistência







Desistência


Desisti da realidade

Vivo no mundo lúdico
Explorando noite e dia
O labirinto de Alice.
©tom vital/01/03/2011

Libertinagem

Libertinagem


 

Ave J R morituri te salutant

Na Roma Antiga ninguém se safava

Até o Grande Júlio César enviado à Bítinia

Se prostituiu ao monarca Nicomedes

E vejam só, quem leva a fama é Messalina.


 

Bashô era um poeta samurai

A lâmina de sua espada era tão afiada

Que retalhou seus próprios versos

E foi assim que surgiu o haicai.


 

Tom vital morava em Vespasiano

Com sua paixãozinha Regina de Fátima

Um dia ganhou uma bolada no bicho

E voltou pra capital.Miopia...


 

O que os olhos não vêem os óculos um dia verão.

Cai cai caixão na cova rasa, na cova funda

Marcha soldado, cabeça de papel, se não marchar direito

Vai preso pro quartel. O quartel pegou fogo

A Serra deu sinal, a imprensa acorreu

Acode acode a Guarda Nacional.


 

© Copyright Tom Vital /22/02/2011

Chave léxica: J = Sexta-Feira 13 O Filme.

R = Polícia.


 


 


 

domingo, 13 de março de 2011

Intifada


Intifada

 

(Quando um poeta se faz menino

(E abraça a Causa Palestina.)


 

Vou-me embora para a Palestina

Lá como aqui sou amigo de Yasser Arafat

Lá como aqui sou solidário ao Povo Palestino

Vou-me embora para a Palestina

Lá serei útil

Mas nem lá nem aqui nem em parte alguma

Serei anti-semita

Apenas simpático a causa palestina.


 

Vou-me embora para a Palestina

Lá como aqui sou irmão de Yasser Arafat

Lá como aqui sou solidário ao Povo Palestino

Israel deixe a Palestina em paz!

Chega de tanto sofrimento.


 

Vou-me embora para a palestina

Lá se guerreia em boa companhia

Vou-me embora para a Palestina

E levo comigo relíquias da infância

O meu velho bodoque e as bolinhas de gude

Multicores à guisa de munição,


 


 

Vou-me embora para a Palestina

Lá como aqui sou amigo de Yasser Arafat

Lá como aqui sou solidário ao povo palestino


 

Vou-me embora para a palestina

Lá como aqui serei terrorista suicida do amor

Lá como aqui serei terrorista suicida da paz.


 

Vou-me embora para a Palestina

E levo também comigo

Como único veículo

Para enfrentar os canhões e tanques israelenses

Outra belíssima relíquia de infância

Minha patinete de madeira com engate metálico

E rodinhas de rolimã.


 

Vou-me embora para a palestina

Lá tenho por professora

A mais bela palestina, que passa

O seu tempo a me ensinar aramaico

Para quando finalmente inventarem

A máquina do tempo, eu possa ir e assistir

Ao vivo, e entender as parábolas

Do divino mestre Jesus Cristinho.

Lá como aqui sou amigo de Yasser Arafat

Lá como aqui sou amigo do sofrido povo palestino.


 

Copyright © Tom Vital/10/10/2000

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Torcedor

O Torcedor


 

O Galo é meu amor

Dona Maria vem depois

Minha paixão é preta e branca

Minha paixão é alvinegra

Minha paixão é única e verdadeira.


 


 

É sábado

O Galo vai jogar

Eu vou ao Mineirão

Na companhia de Mestre Jonas

Hoje vamos de arquibancada

Mas já fomos geraldinos

O Galo vai vencer

A massa vai vibrar

Vamos beber, vamos festejar

Festejar na paz.


 


 

Na volta para casa

Na Antônio Carlos

Eu sei que vou sofrer

Eu sei que vou penar

De três a quatro horas no ponto

O "Caieirão" 2238

Vai-me janelá

Ou virá cortando

Pela Cristiano Machado

(Cadê a Fiscalização?)


 


 

Mas no final

Vai valer à pena

O Galo vai ser campeão

O Galo vai voltar

Para a primeira divisão.


 


 

A patroa vai dá piti

A patroa vai botar pra quebrar

Quando eu chegar em casa

Quase madrugada

Depois de tomar a Saideira

No trailer das meninas

(Tutu e Denise).


 


 

Mas eu simplesmente

Vou sorrir

E cantar pra ela:


 

"o Galo é meu amor...

"Dona Maria vem depois..."

Copyright©Tom Vital

2006


 


 


 


 

terça-feira, 1 de março de 2011

A Moda Maiakovski


A moda Maiakovski




A pena valeu a vida
A vida é que não valeu à pena.
Come Naná, belisca Simeoni
Teu dia está prestes, Berlusconi.




A vida valeu à pena
A pena é que não valeu a vida
Sentas no Senado, es rei
Teu dia está próximo, Sarney.




Copyright © tom vital/01/03/2011