sábado, 29 de dezembro de 2012

Mok K


Mok K
Kerouac On The Road
Estou na estrada por você.
Kerouac On The Road
Estou na estrada com você,
Com Graciliano,Fabiano
E cadela Baleia,fugindo da seca.
Com Steinbeck e Tom Joad
Rumo à "Terra da Promissão".
Camaradas que presávamos
Já se foram.
Mulheres que amamos
Por aqui ainda estão...
Os caras bons partem na frente.
Mulheres de cabelos brancos
Não lembram mais...
A bela adolescente
Que um dia foram...
Até Mok K já não pinta mais os cabelos...
Freqüenta a Universal
E vai de porta em porta
Pregando a volta do Messias.
Ah! Como era ardente e bilíngüe...
Foi a mais bela, deusa, pantera negra
Que subiu em minha cama,
Em grandes tempos idos.
Kerouac On The Road
Estou na estrada por você
Kerouac On The Road
Estou na estrada com você.

 

© Tom Vital/20/12/2012

domingo, 23 de dezembro de 2012

O Menino Vem Ai


O Menino vem ai

 

Silêncio! O Deus Menino dorme.
Não deixem que o ramo de oliveira
Caia de suas mãos.
O Menino vem ai...
Trazendo paz, amor, e compreensão
Para quem quiser aprender
Para quem quiser acreditar
Para quem quiser sonhar...
O Menino vem ai...
Para iluminar quem
Quiser ajudar a construir
Um mundo melhor.
O Menino vem ai...
Rolando a bola...
Para quem quiser
E tiver coragem
De ousar...
O Menino vem ai...

 

©Tom Vital/23/12/2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

Poema De Natal

Poema De Natal


 

A meia noite

Um galo cantou distante

(Possivelmente o canto de um galo carijó)

Galo forte cantador.

Anunciando que ao longe

Num berço de palha qualquer

Ou num buraco qualquer

De alguma favela da zona sul

Nasceu um menino

O mais pobre

O mais simples

E ao mesmo tempo

O mais rico de todos.


 

Nas igrejas

Os sinos tocaram

Nas casas

Champanhas espocaram

Garrafas de uísque

Cerveja e cachaça

Foram abertas

Fartas ou não

As mesas estavam postas

E fogos de artifícios

Iluminaram a noite.


 

A meia noite

A estrela de Belém

Brilhou no céu

Mas ninguém a viu

Ninguém não

Apenas um poeta

Bêbado e solitário

Que caminhava pelas ruas desertas

Namorando estrelas

A estrela de Belém avistou.


 

O poeta

Deteve-se a olhá-la

A estrela de Belém

Veio caindo... Caindo

Caindo,


 

Imóvel o poeta

Que não era místico

E nem esotérico

Observava atentamente

Aquele fenômeno.

Mas a meio metro do chão

A estrela de Belém

Parou de cair

E pairou no ar.


 

Novamente um galo cantou distante

Anunciando o nascimento do Cristo

E da escuridão da noite

Com as luzes internas

E os faróis apagados

Para não dá bandeira

Uma negra limusine surgiu.


 

Assim como a estrela de Belém

A limusine também parou

Sob o viaduto:

São Francisco?Da Floresta?

Das Almas?Da lagoinha?

Do Chá?

Que diferença faz?

Não importa.


 

Importa que as portas

Da limusine foram abertas

E do veículo

Três magos saltaram

Não traziam nem ouro

Nem prata

Nem incenso nem mirra

Mas saltaram usando capuzes

E de armas engatilhadas.

E ali mesmo sob a luz da estrela de Belém

E do olhar atônito do poeta

Que nada pode fazer para salva-lo

Fuzilaram o menino Jesus

Que fumava crack na calçada.


 

Copyright© Tom Vital/20/12/1995