sábado, 31 de dezembro de 2011

Canção Do Amor Difícil

Canção Do Amor Difícil


 

Sozinho sou capaz

Acompanhado tá difícil.

Eu apenas queria que você soubesse

Que nunca sonhei em ser feliz.

Nos braços seus meu bem!

Queria apenas encontrar a paz.

E que você entendesse

Enquanto é tempo:

Um casal são duas pontas

Duas antas

Dois pratos suspensos

Pelo pêndulo da balança

Dois pratos postos

Para a janta.

Eu quero a paz

Você quer a guerra.

Eu quero ouvir Geraldo Vandré

Você coloca Michel Teló

Assim não dá

Assim não dá.

Eu quero a rosa

Você quer o cravo.

Eu quero o beijo

Você quer o tapa.

O dialogo tá difícil

A razão é sempre sua

E de tudo eu sou o único culpado.

Acompanhado tá difícil

Sozinho sou capaz

Não quero ser feliz

Só quero a paz.

Copyright Tom Vital/31//12/2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Natureza Morta


Natureza Morta

 

Sobre a mesa
Um vaso branco
De flores
Sobre as flores
Um enxame azul de moscas
É que dentro do vaso
Havia um falo morto.

 

Copyright©Tom Vital/27/07/2002                      Foto da Internet

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Natal


Natal

 

Quero um Natal sem guerra

Sem dor

Sem dor motivada pelo ódio

Quero um Natal sem Agências de Risco

Sem Agências de Rico

Querendo governar o mundo.

Sem terrorismo econômico

E sem ditadores querendo

Governar o mundo.

Quero um Natal sem terroristas

E sem homens-bombas.

Quero um natal sem tanques israelenses

Colocando abaixo residências palestinas.

Quero um Natal com árabes e judeus

Se abraçando mutuamente

E seguindo juntos para a escola.

Quero um Natal celebrado todos os dias

Como o amor entre os jovens enamorados.

 

Quero um Natal sem fome no Brasil

E no resto do mundo

Como a grande fome que assolou a Etiópia

Na terrível seca de 1982.

Quero um Natal

Sem políticos corruptos

Sem juízes corruptos

Mandando no Brasil.

 

Quero um Natal bem brasileiro

Com samba e caipirinha.

Quero um Natal em que as pessoas

Sintam-se felizes, plenamente felizes

Não importando se sobre a mesa à sua frente

Está um fino caviar com castanhas e uvas

Ou um apetitoso frango caipira

Com ora-pro-nóbis e angu...

 

Quero um Natal que seja alegre e simples

Como o estábulo em que o filho de Maria

Veio ao mundo.

Silêncio!O Deus Menino dorme.

Não deixem que o ramo de oliveira

Caia de suas mãos.

Copyright©Tom Vital/2011

Foto da Internet


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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Natal Verde E Amarelo 2001


Natal Verde E Amarelo 2001

 


 

Meu irmão, minha irmã
Bom dia, boa tarde, boa noite
O meu pão e a minha água
O meu sal, o meu cânhamo
E a minha esteira
Eu vos ofereço de boa vontade

 

Meu livro ainda não está no prelo
Com os seus pigmentos cinza
E os matizes do meu povo
O meu natal será verde e amarelo
Como quer o presidente sempre ausente.
E para o seu governo
Sou mais um na fila do seguro desemprego
Mas não me desespero não
Parodio o poeta romântico
Álvares de Azevedo
Nosso Byron de calças curtas
E digo de peito aberto:
Quem vive de poesia
Não tem miséria.

 


 

Uns comem salmão e tomam Don Pérignon
Mas arrotam gambá e cachaça
Outros comem frango à passarinha
E tomam tubaína guaraná
Mas arrotam caviar e vinho tinto
Eu por meu lado como pão e bebo água
Mas arroto dúvida e esperança.
O meu natal é verde e amarelo
A linha do equador
Passa pelo meu quarto
Mas no fundo eu nem ligo.
Abaixo do umbigo da Fatinha
É que eu encontro
O meu centro do universo.

 

Tenho gosto para a coisa
Se sou bom amante
Não sei lhe dizer
Mas sou carinhoso
E amante dedicado.
Rosa mexerica flor de lótus.
Também sou amante bilingue
beijo a rosa
e beijo a margarida.

 

Copyright© Tom Vital/13/12/2001

 


 


 


 

domingo, 18 de dezembro de 2011

Um Lobo Clama,Uma Ruiva


Um Lobo Clama,Uma Ruiva.
Hoje acordei uivando

Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

Clamando

Por uma ruiva

E quero adormecer hoje

Noite de lua cheia

Alta madrugada com o dia

Já raiando

Uivando ao lado de uma ruiva.

Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

Hoje eu quero uma ruiva

Hoje acordei com desejos

De amar uma ruiva

Hoje eu quero uma ruiva

Para aquecer o meu coração

E botar fogo em minha cama.

Hoje eu quero uma ruiva

Seus olhos podem ser claros

Castanhos

Ou esverdeados

Sua pele pode ser

Oliva e com sardas

Pode ser branca

Morena ou rosada.

Hoje eu quero amar uma ruiva

Hoje eu quero uma ruiva

Para aquecer o meu coração

E botar fogo em mina cama

Seus cabelos podem ter o tom alaranjado

Acobreado ou avermelhado

Hoje eu quero uma ruiva

Basta que seja carinhosa,

Sedutora e cheia de encantos

Feito uma feiticeira.

Hoje eu quero uma ruiva.

Para aquecer o meu coração

E botar fogo em minha cama.

Não precisa ser famosa

Muito menos nascida na Escócia

Basta ser ruiva, delicada

Como uma porcelana rara

Tenha mãos pequenas e macias

E esteja pronta pro amor.

Hoje eu quero uma ruiva

Para aquecer o meu coração

E botar fogo em minha cama.

Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!

Copyright Tom Vital/18/12/2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Orfeu E Euridice


Orfeu E Eurídice
Para Verinha que se matou aos quinze anos de idade.
Com um tiro nas têmporas no verão de 1983.
Onde estará o meu primeiro amor?
No céu ou no inferno
Confesso que não sei?
Nossa história poderia ter sido tão bonita
Mas parece que para ser poeta
Um pouco de dor é um forte ingrediente
Inerente, essencialmente, sempre presente.
Quando lhe dei o último beijo
Já era muito tarde...
Era também o último suspiro
Ela partia rumo ao eterno.
O passado me persegue
Mas tento esquecer
Se errei foi sem querer
Minha culpa... Desconheço...
Mas agora estou em outra.
Outra mina
Me paquera.
A vida continua
E não estou com pressa
Pra encontrar o meu primeiro amor.
Eurídice partiu, foi a escolha que ela fez.
Sei que um dia vou encontrar
O meu primeiro amor.
Se no céu ou no inferno
Confesso que não sei?
Foram dias ácidos
De muita poeira
Bebedeira e choradeira.
Lagrimas rolaram
No claro e no escuro.
Mas agora estou em outra
Outra parada.
Outra estrada, torta,
Incerta, não sei?
Estou vivendo o que me resta
Dessa vida louca.
Onde estará o meu primeiro amor?
No céu ou no inferno
Confesso que não sei?
Não fui eu quem puxou o gatilho
E até hoje ninguém sabe
Se foi acidente ou suicídio.
Como disse pra policia
Estava no chuveiro
Quando escutei o estampido.
Onde estará o meu primeiro amor?
Confesso que não sei?
Mas um dia eu sei
Nos encontraremos...
Quando...
Quando eu deixar este mundo.
No céu ou no inferno
Confesso que não sei?
Onde estará o meu primeiro amor?
Confesso que não sei?
Copyright Tom Vital/10/12/1986

 


 

                 Foto Da Internet.
 

domingo, 11 de dezembro de 2011

BH Meu Amor


BH Meu Amor

 

Gôndolas singram o leito do Arrudas

Belo Horizonte é a minha Veneza

Não me digam que o Arrudas é impraticável

(A imaginação poética desconhece impossíveis)

Que a Lagoa da Pampulha é fétida

Vira-e-mexe seu espelho d'água está repleto de água-pé

E que as suas ilhas estão infestadas de onças

Capivaras e jacarés do papo amarelo


 

Belo Horizonte é a minha Florença

E a minha Roma

Belo Horizonte não tem praias

Mas Belo Horizonte é cercada por montanhas

E o dia que o mar se revoltar

E resolver invadir tudo

Belo Horizonte estará segura.

Salve... Salve... Os botecos!


 

Belo Horizonte é a minha casa

O meu berço, a minha pátria, a minha musa eterna

Belo Horizonte é uma adolescente de cem anos

Eu amo Belo Horizonte, seus bares, seu verde

Seu Galo, meu Galo, suas ruas, seus viadutos

Seus mendigos, seus prédios, suas favelas, seu cinza

Eu amo Belo Horizonte ingenuamente

Assim... Como se ama a primeira namorada


 

Belo Horizonte é a minha Londres

A minha Paris, a minha Moscou

A minha Madrid, a minha Sevilha

Só a minha Belo Horizonte

E a Nova York de Woody Allen

Possuem o dom cosmopolita

De serem todas as cidades do mundo.


 

Copyright© Tom Vital/07/01/1996

Tomvitalabsinto.blogspot.com


 


 


 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Vagabundo


Vagabundo
Sou mendigo, vagabundo e sonhador

E fiz da vida um poema de amor

Ando sempre só, e sem dinheiro

Escrevendo meus poemas

Em paredes de banheiro.


 

Durante o dia ando triste, deprimido

E não há remédio que me cure

Do que a lua cheia, e a madrugada

Que são as amigas que eu tenho.


 

Nas noites em que vadio
Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
Trago sempre ao meu lado

Duas inseparáveis notívagas

A bela morena Penha

E a fantástica loira Cibele

Que comigo bebem, e fazem amor

E em troca dou-lhes meus poemas de amor


 

Viola eu não tenho não

Mas trago sempre afinadas

As cordas do meu coração

Que é de onde tiro inspiração.


 

Detesto sapato terno e gravata

E só uso tênis e calça desbotada

Das camisas que eu tenho

Arranquei todos os botões.


 

Se faz frio ou calor, nunca uso blusa

E só ando de camisa aberta

E poeta que é poeta

Não dobra as mangas, arranca-as.


 

Copyright₢ tom Vital/15/08/1984
Imagem Da Internet

Apagão

"O verdadeiro artista

"Despreza as limitações materiais"

(Jerrard Tickell, O Bezerro de OURO)

Apagão


 

No fim da minha rua

Aqui no meu cantinho

No Caieiras, em Vespasiano

Onde eu fiz no ar o meu castelo

De papel, com os naipes do baralho...

E onde eu vivo com a Fatinha.

Numa encruzilhada

Perto da Macumba do Encantado

Eu encontrei:


 

Uma garrafa quase cheia

De Bênça Preto Velho

Uma galinha caipira

Preta e morta, defunta ainda quente

E uma Vela Mariana acesa.


 

A Caninha da Roça eu vou beber

São tantas as provações

Que o destino tem me reservado

Que até ando sedento

De uma boa aguardente

Das sensações fortes

"Que o álcool empresta ao ébrio

E o artista encontra no absinto."


 

A Vela Mariana eu vou levar

Para casa, pode fazer falta

Nesses tempos de ameaça

De apagão elétrico.


 

Poeta meu amigo, meu camarada

Com a galinha preta

Eu vou fazer uma substancial galinhada

Com um pouco de arroz e piqui

Será o meu jantar

O meu manjar

A minha ceia

Na santíssima noite de Natal.


 

E você poeta se quiser....

Está convidado

É só passar lá em casa á meia-noite

Do dia vinte e quatro de dezembro.


 

Não haverá sermões

Nem ladainha

E será bem melhor

Que um banquete

À moda Camões.


 

Copyright©Tom Vital 22/12/2001


 


 


 


 


 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Poema De Natal

Poema De Natal


 

A meia noite

Um galo cantou distante

(Possivelmente o canto de um galo carijó)

Galo forte cantador.

Anunciando que ao longe

Num berço de palha qualquer

Ou num buraco qualquer

De alguma favela da zona sul

Nasceu um menino

O mais pobre

O mais simples

E ao mesmo tempo

O mais rico de todos.


 

Nas igrejas

Os sinos tocaram

Nas casas

Champanhas espocaram

Garrafas de uísque

Cerveja e cachaça

Foram abertas

Fartas ou não

As mesas estavam postas

E fogos de artifícios

Iluminaram a noite.


 

A meia noite

A estrela de Belém

Brilhou no céu

Mas ninguém a viu

Ninguém não

Apenas um poeta

Bêbado e solitário

Que caminhava pelas ruas desertas

Namorando estrelas

A estrela de Belém avistou.


 

O poeta

Deteve-se a olhá-la

A estrela de Belém

Veio caindo... Caindo

Caindo,


 

Imóvel o poeta

Que não era místico

E nem esotérico

Observava atentamente

Aquele fenômeno.

Mas a meio metro do chão

A estrela de Belém

Parou de cair

E pairou no ar.


 

Novamente um galo cantou distante

Anunciando o nascimento do Cristo

E da escuridão da noite

Com as luzes internas

E os faróis apagados

Para não dá bandeira

Uma negra limusine surgiu.


 

Assim como a estrela de Belém

A limusine também parou

Sob o viaduto:

São Francisco?Da Floresta?

Das Almas?Da lagoinha?

Do Chá?

Que diferença faz?

Não importa.


 

Importa que as portas

Da limusine foram abertas

E do veículo

Três magos saltaram

Não traziam nem ouro

Nem prata

Nem incenso nem mirra

Mas saltaram usando capuzes

E de armas engatilhadas.

E ali mesmo sob a luz da estrela de Belém

E do olhar atônito do poeta

Que nada pode fazer para salva-lo

Fuzilaram o menino Jesus

Que fumava crack na calçada.


 

Copyright© Tom Vital/20/12/1995