sábado, 25 de julho de 2015

                     APENAS UM MOTE
Se pintar o capim de vermelho
O burro morre de fome.
Acha que é popular
Só porque sabe pular
E bater palmas.
Bate palma com as orelhas
E ainda acha graça
Quando alguém faz alusão ao fato.
A poesia nunca é vulgar
Você pode ser vulgar
A poesia não.
A poesia sempre encontra o seu lugar.
Talvez eu queira a morte
Talvez eu queira a sorte
Talvez eu queira apenas
Um mote para compor
Um novo poema.
Talvez eu queira o mate
Talvez eu queira a erva
Talvez apenas a boa cachaça mineira
Baste nessa noite fria de outono.
Talvez eu queira a Eva
Talvez eu seja apenas Adão peladão
Vagando livre pelo paraíso.
Talvez eu queira apenas
Ir para Ipanema.
Encontrar Helena:
A minha sombra é a minha morte
A minha morte é a minha sombra
A minha morte me assombra
Assombra-me a minha morte.
Quem viu, quem sentiu, meu pau
Na posição eleitoral?
Com certeza foi feliz.
Menos bala mais amor.
Fizeste o que Deus
Mandaste Deusdete?
- Sim meu poeta, acabei
De mostrar-lhe o paraíso,
Ou você não está contente?
Disse-me a gata, na última vez
Que nos amamos,
Num motel barato
Da rua dos Caetés.
Deus grande, praia grande...
Deus sou pai e a solidão!
Deus sou filho e a contramão!
Queria crer e não creio em nada.
Não quero nada que  me bota freio.
Neva, fogo no paraíso
Quando você perde o juízo, fulana.
Não acredito no que vejo
Acredito apenas no que sinto
Ou no que pressinto
A fonte da juventude é um engodo
A da cerveja grátis nem tanto.
O diabo é o pai do rock
Eu nunca andei ao seu lado
Talvez por isso não faço parte
Do clube dos vinte e sete
Mas ele  também não me deu nenhum toque
Tô fora bicho!

Copyright© Tom Vital/2015