domingo, 31 de março de 2013

Eu Vou Tomar Um Banho


Eu Vou Tomar Um Banho
Eu vou tomar um banho,
Eu vou tomar um banho
Mamãe...
Seu filho é obediente
Eu vou tomar um banho
Que absurdo...
Não quero morrer sujo
Feito o SUGISMUNDO.
Eu vou tomar um banho,
Mamãe...
Um banho de absinto.
Depois eu lhe digo
Como eu me sinto.
A hora está chegando!
Não me pergunte como eu sei
Só sei que sei, e nada sei...
Eu vou tomar um banho
Não quero morrer sujo.
Feito um João Felpudo...
E a minha fama correr mundo.
Eu vou tomar um banho
Um banho de absinto
E me purificar.
Depois eu lhe digo,
Mamãe...
Como eu me sinto...
Minha hora está chegando...
2065 já bate á porta
Logo... Logo...
Seu filho não é chorão
E tampouco imortal
Você melhor que ele
Sabe disso.
Mas agora mamãe vou ali
No Malocas Bar
Tomar uma gelada,
Quatro,nove cervejas...
Jogar uma sinuca
E quem sabe
Traçar alguma
Noctívaga...
Pois já morri mais de uma vez.
Uma delas foi em 1992...
E também ano da morte do Alex Supertramp.
A primeira vez que morri,
Foi porque não peguei a estrada
E nem fui tomar sol em Copacabana
Quando era hora
E a hora foi anos antes,
Quando tinha apenas quinze anos
E não tive coragem para ir
Respirar a poeira das estradas
Feito Sal Paradise
E quem sabe encontrar um
Dean Moriarty, pelo caminho
A procura de um pai bêbado...
E juntos curtir a vida adoidado
Num bordel lá no México.
Infelizmente tudo acaba
Cristo,Sócrates,John Lennon
Todos esses caras tem algo em comum
Cortaram o barato
Da rapaziada...
E Dean,abandonou Sal
Com disenteria,a três mil metros
Acima do nível do mar...
Mas fiquemos por aqui mamãe
Seu livro de cabeceira era a Bíblia
E não On The Road.
Mas quando chegar a hora,
Mamãe eu prometo,
Eu vou tomar um banho.
Um banho de tina
Cheia de absinto.
Copyright© Tom Vital/2009

 


sábado, 9 de março de 2013

Nó De Marinheiro


Nó De Marinheiro
Nó de Marinheiro
Vira bracelete
No pulso das brunettes.
Pulseiras do amor
É motivo de febre entre adolescentes.
Em Tóquio na onda do sucesso
Do enlatado Crepúsculo
Belas jovens nipônicas
Frequentam consultórios dentários
E fazem deformação nos dentes
Para se parecerem vampiras.
Cones de sinalização,
De trânsito, são furtados
No silêncio da noite.
Como outrora cabines de orelhão,
Para decorar o quarto
De marmanjos babacas.
Terapia pra cachorro,
Virou moda.
A solidão está em alta
O preço do amor aumentou
Periguetes cobram os olhos
Da cara.
Por uma noite de prazer.
Antigamente era mais em conta
Bastava uma garrafa de conhaque
Um verso, um maço de cigarros
E você teria uma boa noite de prazer.

 

Vi pica
Com regalo...
Agora sou puta...
Não tenho medo
De reza forte.
Gosto é de rega-bofe
Água mole
Pedra dura
Tanto bate
Que faz barulho...
Assim canta a louca da esquina.
Ao mesmo tempo em que dança.
E feito uma Monalisa oferecida
Levanta a saia mostrando
Aos transeuntes que passam
A sua touceira de capim gordura escuro.
Entre as coxas, marcadas
Por horrendas equimoses...

 

Enquanto a chuva cai fina
Na noite quente de BH
E o poeta travestido de universitário,
Faz a ronda no trottoir
A procura de uma profissional
Que valha um trago...
Que compense o custo do motel
E o alto preço cobrado.
Vi pica...
Agora sou puta...
Copyright© Tom Vital/15/01/2013

 


 


 


 


 


 


 


 


 

sábado, 2 de março de 2013

Árvore Genealógica


Árvore Genealógica

 

Eu era um menino valente
Desbocado e doidinho
Dava e levava porrada
Sem olhar o tamanho
Do meu oponente.
No meu tempo não existia
A palavra bullying...
A norma...
Era bater e correr...
Dar porrada e levar porrada
Se eu reclamasse em casa:
"Você não é homem não,porra..."
Diria meu pai...
Até que um dia me quebraram
O nariz...
Então enfiei a cara nos livros
E acho que melhorei um pouco
E descobri que:
O meu passado
Passa pelas savanas africanas
Pelo som dos tambores
E atabaques africanos.
Pelos navios negreiros
Pelos salgados e ensanguentados
Mares portugueses.
O meu passado passa pela mata virgem
Brasileira...
Pela taba indígena
Pela pica dos degredados
Branquelos portugueses.
Pela senzala
E pela sacristia...
O meu passado
Passa por muitas estradas
Perdidas no infinito.
O meu passado passa pela pica
Do meu pai...
E pela pepeca de mamãe.
Numa noite de gozo
Que eu não posso
Garantir que tenha sido
Prazerosa para ambos
E também não posso
Afirmar o contrário.
Mas a verdade é que
Eu não estou interessado
Em nenhuma àrvore genealógica
Porra nenhuma.
Agora nesse fim de tarde
Estou interessado é em tomar
Esse chope gelado
Que o meu amigo Sávio
Acabou de trazer
E em degustar
A picanha que o meu amigo
Alexandre Magnos acabou de cortar.
E no mais muito obrigado.
Pois nem sei porquê
Falei essas coisas
Só sei que falei.
E fim de prosa.
E fim de sonho.
Copyright© Tom Vital/02/03/2013