quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Regina I


Regina
"Ah, como é grande o mundo à tíbia luz das velas..."
Baudelaire
Nesse insípido, inodoro janeiro
De minha musa ausente
A vida bate fabril e latente
Dentro do peito
Num descompassado e saudoso
Coração rarefeito...
Minha amada está em Goiânia.
Mas não feliz e contente.


Sob as asas da esperança,
Viaja a tratamento médico.
No Caieiras em vespasiano
Descubro e leio
Um grande poeta lírico:
Horácio, célebre vate romano.


A chuva que cai lá fora é torrencial,
Carregada de raios e trovões.
Aqui dentro à tíbia luz de velas
Leio e releio A Arte Poética
Mais conhecida:
Como Epístolas aos Pisões.
Enquanto ansioso aguardo,
Não sei que sina,
Vou compondo para A Razão
Versos de poesia política.
O telefone toca... Eu atendo...
Um instante de silêncio... Depois
Uma voz suave, porém distante...
Era a Regina.
©tom vital/18/01/2002


















 

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