terça-feira, 12 de abril de 2011

Cobra Coral


Cobra Coral
Cobra coral
Bela cobra coral.
Vermelha preta e branca.
Passou por debaixo da porta.
E se alojou no meio da sala
Bela cobra coral.
Vermelha preta e branca
Vendo aquela cobra coral
Tive um arrebatamento
Como se em transe hipnótico
E passei a imaginar
Que eram dezenas
De cobras corais
E do meio delas
Vi se materializar
A minha frente
Cleópatra negra
Sedutora savana negra
Vinho negro, boca lúdica:
A minha vizinha que era noviça
E há pouco largou o hábito.
Que coisa boa andou aprendendo...
Lá no convento...?
Toda sedutora que vinha me amar
E me amou?Com grande maestria.
Sacerdotisa negra Diotima moderna
Que vinha me ensinar as coisas do amor,
Ministrar-me as artes de Eros.
A minha vizinha que era noviça
E há pouco deixou a vida monástica...
E me ensinou...? Gostosamente!
Talvez fosse o efeito fatal da sicuta...?
Se sicuta eu houvesse tomado!
Talvez fosse efeito do absinto...?
Se absinto eu houvesse tomado!
Talvez fosse efeito do vinho...?
Se vinho eu houvesse tomado!
Mas quando a hipnose passou
Senti-me extremante exausto
Como se fizera grande esforço.
Como se fosse cansaço amoroso.
Capturei a cobra coral
E voltei a dormir.
Amanhã... Cedo...
Encaminharei a danada
Para o "Butantã"
Como sacrificar tão linda cobra coral?
Vermelha preta e branca
Que me proporcionou
Tão genuína epifania.

 

Copyright Tom Vital/01/04/2009

2 comentários:

  1. Que admirável quimera, sua imaginação vai à mil por hora meu caro amigo, levando-me pela mão à conhecer seu universo.
    Impressionante.

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  2. Gostei. Só você mesmo. Se fosse o Alexandre, a cobra coral iria virar um meião do Flamenngo... E se fosse eu, nem te conto o resultado...

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