domingo, 15 de abril de 2012

Poema De Um Tempo Passado



 

Poema De Um Tempo Passado
A chuva caia lá fora

O poema bateu na janela

A chuva caia lá fora

Abri a janela

A chuva caia lá fora

O poema entrou

A chuva caia lá fora

Fechei a janela.


 

A chuva caia lá fora

O poema se alojou

No papel em branco

Da máquina de escrever...

A chuva caia lá fora

Tai veio lá da cozinha

E se abaixou para apanhar algo no chão

Vi sua calcinha preta no rego rosa da bunda...

Meu irmão,meu melhor amigo

Eriçou-se todo.


 

A chuva caia lá fora

Tai esticou uma ganja

A chuva caia lá fora

Tai acendeu a ganja

Com a bituca de um cigarro

Sem filtro.

A chuva caia lá fora

Tai deu um tapa na goiaba

E me repassou...

A chuva cai lá fora

Tai sentou no meu colo.

A chuva caia lá fora

A minha mente se anuviou

E desviou-se do poema...


 

A chuva caia lá fora

As letras da máquina e as palavras

Do poema se embaralharam.

A chuva caia lá fora

Tai começou a cavalgar no meu colo.

A chuva caia lá fora

Fiquei tão leve

Que não me lembro de mais nada

Apenas que a chuva caia lá fora.

Copyright©Tom Vital/05/11/1984


 


 


 


 


 

2 comentários:

  1. Rsrrsrs Tom e seus poemas de triplo sentido, amei esse amigo, sempre com sua pitada pornografica, natural para os machos rrsrsrs, eu particularmente detestfo dias de chuva e nesses nunca rabisco uma palavra sequer, apenas o sol me inspira par aalgo (que eu acho) qque presta.

    Muita saudade dos seus poemas Tom, desculpa por eu estar tão sumida, volto o mais breve possivel.

    Abraço.

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  2. aí boa: lembrou bandeira

    A tarde cai, por demais
    Erma, úmida e silente...
    A chuva, em gotas glaciais,
    Chora monotonamente.

    E enquanto anoitece, vou
    Lendo, sossegado e só,
    As cartas que meu avô
    Escrevia a minha avó.

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