sábado, 2 de março de 2013

Árvore Genealógica


Árvore Genealógica

 

Eu era um menino valente
Desbocado e doidinho
Dava e levava porrada
Sem olhar o tamanho
Do meu oponente.
No meu tempo não existia
A palavra bullying...
A norma...
Era bater e correr...
Dar porrada e levar porrada
Se eu reclamasse em casa:
"Você não é homem não,porra..."
Diria meu pai...
Até que um dia me quebraram
O nariz...
Então enfiei a cara nos livros
E acho que melhorei um pouco
E descobri que:
O meu passado
Passa pelas savanas africanas
Pelo som dos tambores
E atabaques africanos.
Pelos navios negreiros
Pelos salgados e ensanguentados
Mares portugueses.
O meu passado passa pela mata virgem
Brasileira...
Pela taba indígena
Pela pica dos degredados
Branquelos portugueses.
Pela senzala
E pela sacristia...
O meu passado
Passa por muitas estradas
Perdidas no infinito.
O meu passado passa pela pica
Do meu pai...
E pela pepeca de mamãe.
Numa noite de gozo
Que eu não posso
Garantir que tenha sido
Prazerosa para ambos
E também não posso
Afirmar o contrário.
Mas a verdade é que
Eu não estou interessado
Em nenhuma àrvore genealógica
Porra nenhuma.
Agora nesse fim de tarde
Estou interessado é em tomar
Esse chope gelado
Que o meu amigo Sávio
Acabou de trazer
E em degustar
A picanha que o meu amigo
Alexandre Magnos acabou de cortar.
E no mais muito obrigado.
Pois nem sei porquê
Falei essas coisas
Só sei que falei.
E fim de prosa.
E fim de sonho.
Copyright© Tom Vital/02/03/2013

 


 


 


 


 

3 comentários:

  1. po, só um pedacinho dessa picanha, por favor, galo doido

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  2. aí boa. vamos arrombar a festa. esse é o cálice de meu chopp, bebam em nosos nome......

    e viva as morenas...eh eh eh eh eh eh eh

    vou tocar um fado, para a morena dançar....

    grande tom

    nariz quebrado, hum!, então o pó tem que fazer uma curva....

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