sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Canto Do Lobo


O Canto Do Lobo


Em solteira
Minha mãe era candongueira
Cantadeira
Cirandeira
Cigarra trigueira
Com ela aprendi meu canto
Nem alegre
Nem triste
Talvez comedido
Mas não hermético.


Agora se a vida dá rasteira
Jogo capoeira
Dou uma voadora
Passo por sobre a cerca
Bato forte colocado,
E dou sorte;
E não tenho medo
De cara feia
De vizinho inquilino
Ou inimigo.


Sou de paz e amor
Bicho, companheiro!
E como o impávido e justo
Guerreiro, Jornalista José Jonusan
Que fez do jornalismo profissão de fé

Encaro de frente o bom combate
E não preciso beber cachaça com pólvora
(como fizeram os militares do Massacre de Ipatinga)
Para dar valentia e braveza.


Mas na vala comum
Da vida em que me encontro
Sou um lobo solitário
De pescoço em riste
Uivando para uma lua sempre ausente
E nenhuma estrela vadia
Vagueia pelo céu do meu oriente
Apenas a Regina de Fátima
Minha Estrela do Norte
Brilha pálida, pálida... Na minha Via Láctea.


Copyright₢tom vital/22/09/2002


















7 comentários:

  1. Nossa! Da pra desmembrar em mais de um poema. Show!! Mas o fim e um pouco triste, seu lobo...

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  2. Bastante pertinente o seu comentário.Não havia pensado nisso:Realmente dá para desmembrar em mais de um poema.Obrigado pela visita volte sempre!

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  3. Nossa! Quando a gente lê pela segunda vez fica ainda mais bonito, Tom.
    Um abraço

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  4. Obrigado amiga.De repente um poema antigo se torana atual.E a minha estrela do norte fica pálida de novo.

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  5. Bom dia, Tom. Muita intensidade em poucas linhas. Abraços.

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