domingo, 7 de agosto de 2011

O Canto Do Lobo


 

O Canto Do Lobo

Republicado para Sávio e Alexandre

Em solteira

Minha mãe era candongueira

Cantadeira

Cirandeira

Cigarra trigueira

Com ela aprendi meu canto

Nem alegre

Nem triste

Talvez comedido

Mas não hermético.


 

Agora se a vida dá rasteira

Jogo capoeira

Dou uma voadora

Passo por sobre a cerca

Bato forte colocado,

E dou sorte;

E não tenho medo

De cara feia

De vizinho inquilino

Ou inimigo.


 

Sou de paz e amor

Bicho, companheiro!

E como o impávido e justo

Guerreiro, Jornalista José Jonusan

Que fez do jornalismo profissão de fé

Encaro de frente o bom combate

E não preciso beber cachaça com pólvora

(como fizeram os militares do Massacre de Ipatinga)

Para dar valentia e braveza.


 

Mas na vala comum

Da vida em que me encontro

Sou um lobo solitário

De pescoço em riste

Uivando para uma lua sempre ausente

E nenhuma estrela vadia

Vagueia pelo céu do meu oriente

Apenas a Regina de Fátima

Minha Estrela do Norte

Brilha pálida, pálida... Na minha Via Láctea.


 

Copyright© tom vital/22/09/2202


 


 


 


 


 


 


 


 

3 comentários:

  1. Somo lobos solitários... Um dia seremos matilha em torno do churrasco!

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  2. ...e com dentes engordurados e olhos arregalados diante de tanta maminha

    'aprender um canto não hermético'

    essa mãe é da matilha.o mundo deve ser aberto, sem cerca, sem sociedades secretas que tramam a favor dos poderosos, os destinos do mundo.

    belo poema tom. mui bom. e agradeço a homenagem

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  3. Hihih licença para comentar nessa atmosfera tão particular que os tomou rsrsrs.
    Amo tudo que você escreve Tom, e às vezes nem sei o que dizer, porque suas palavras calam as minhas e antes que eu possa me conter (e nunca quero) já me inunda de (genuína) inspiração.

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