sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Acídia

Acídia


 

Há quase quatro lustros

Lúcia a professora de geografia

E colecionadora de emoções

Como ela se definia

Já dizia com todo acerto

Tentando em vão

Abrir-me os olhos:

"Meu filho

Gostando de literatura

Perseguindo a musa

Como você a persegue

Apaixonado por filosofia

Fissurado na loucura vã

De sozinho sem a orientação

De um iniciado na matéria

Digerir a Ética de Espinosa

"Dificilmente você será um bom químico."


 

Na atual conjuntura

Chego a pensar

Que a professora Lúcia

Tinha toda razão.


 

E em fremente estado de acídia

Saio às ruas da cidade grande

Minha Belo Horizonte querida.

Percorrendo feito barata tonta

Agências de emprego

Sine Not Agit e outras tantas

Em busca de uma oportunidade

De com honestidade dignidade

E o suor do próprio corpo

Ganhar o pão que mata a fome.


 

Mas ás vezes me desespero...

Por períodos que não passam

De milésimos de segundo

Nesses momentos não raros

De extremo desespero

De fremente acídia

De mim tenho medo...

(Mas Jesus me protege)

Pois tenho ímpeto de roubar

Não uma bicicleta

Como o desesperado personagem

Do clássico, de Vitorio de Sicca

Mas roubar isso sim

A burra de um banqueiro

Sionista ou não.


 

copyright© Tom Vital/18/01/2001


 

Um comentário:

  1. armado até os dentes de foda-se o resto,
    estupraremos as portas dos cofres, mesmo guardos pelo crucifixo acima, invadiresmo, orque somos bárbaros, filhos dos campos de batalha.

    lambermos os vãos das pernas das Valquírias e fortes como o vento do gelo, petrificaremos o mundo canibal dos sionistas, ou não...

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